Às
vezes, viver se mostra simples, sugerindo ser possível mergulhar nele dispensando
maiores reflexões para entendimento do que esse mergulho nos reserva. Noutras, ele marca sua
presença pela complexidade, situação em que ficamos assustados, angustiados e/ou ansiosos
em busca de entendimento do que faz parte dessa reserva uma vez dado o mergulho.
Viver
é surpreendente. As leituras disponíveis distribuem entre extremos: já disseram que é
preciso saber viver -- aprender é fundamental -- e decidiram que viver não é preciso como a navegação -- nem todo aprendizado dá conta do viver. Entre o
certo e o incerto, e o simples e o complexo do viver, precisamos lidar com um desafio: as mensagens estão
sempre codificadas, solicitando uma providencial decifração das senhas para
compreensão ou produção de entendimentos e elaborações.
Nos
textos que segue apresento minhas leituras desse surpreendente do viver. São
leituras a respeito dessa certa imprecisão dele, do que significa o dar conta
do início, meio e fim da nossa passagem pelo ‘tempo-espaço-nexo de encontros’ que emerge ao
nascermos.
Viver, embora sugira simplicidade e urgência, e por não poder ser adiado ou antecipado, está entremeado de normas, regras, disposições, regulamentos e leis a serem observados que às vezes o tornam repetitivo, previsível, enfadonho e pouco inspirador. Geralmente, temos conjuntos de preceitos ou normas de comportamento, como os códigos de conduta ou códigos de honra, que falam de delitos e sanções previstas. Tudo impositivo de um modelo para estarmos no mundo, castrador de nossos desejos e abafador da experiência afetiva, criativa e exploradora de viver enquanto ele se desenrola no agora da vida. O excesso de modelos, regras e normas acaba por nos impedir de compreender a inerente, desafiadora e imanente complexidade do viver. Logo, viver reclama uma ética que norteie nosso modo de estar no mundo e encarar o viver, no que ele tem de simples e de complexo. Uma ética dos encontros, estes aleatoriamente distribuídos no tempo e espaço, mas sempre recheados de linguagens, secretas ou não, onde as palavras, gestos etc., mesmo que familiares, ganham significações diferentes e que merecem ser aprendidas. Esses blog e textos são por uma ética dos encontros.
Enfim, é importante saber ler o que está oculto,
posto nas entrelinhas ou misturado, de maneira que as mensagens do viver deixem
de parecer que são incompreensíveis, inalcançáveis...indecifráveis. Viver é difícil, incerto, impreciso, insólito, mas é imprescindível, compreensível, alcançável...decifrável. Mais: pode ser relido e reinterpretado.
Códigos do Viver reúne minhas interpretações
sobre esse fenômeno encerrado na passagem pelo ‘tempo-espaço-nexo de encontros’ a que tive
direito. São interpretações feitas sobre eventos que vão dos mais densos e
tensos aos mais simples possíveis e onde tive o desafio de captar e compreender
a mensagem.
Obrigado e boa leitura.
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